Curso de Graduação em Medicina

Em setembro de 2014, o governo federal autorizou a abertura de 36 novos cursos de medicina em instituições privadas de ensino localizadas em 11 estados brasileiros (RO, PA, PE, BA, ES, MG, RJ, SP, PR, SC e RS), resultando em mais 2.290 vagas de graduação. Em abril 2015, para adequar ainda mais a distribuição do ensino médico, foi publicado novo edital para a criação de mais 22 novos cursos, dessa vez concentrados em cidades das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, onde até o final de 2016 serão criadas 2.057 novas vagas de graduação. A abertura das vagas de graduação obedeceu os critérios da Lei do Mais Médicos que inverteu a lógica da escolha das instituições e municípios. A nova legislação condiciona a expansão à necessidade social, tanto para as escolas públicas quanto para as privadas, apontando assim, para a interiorização dos cursos e para uma distribuição equitativa entre as regiões do país.

O curso de Medicina da UFMS iniciou suas atividades após a aprovação da Lei nº 2.629, publicada no dia 26 de julho de 1966, que criava o ICB (Instituto de Ciências Biológicas de Campo Grande), juntamente com o curso de Farmácia e Odontologia.

Em março de 1968, no ginásio da união Campo-grandense de estudantes, foi realizado o primeiro vestibular unificado com 32 vagas para o curso de Medicina, 24 para Farmácia e 32

para Odontologia. O curso só foi reconhecido em 1970, quando o presidente da república general Emílio Garrastazu Médici e o ministro da educação e cultura Jarbas Passarinho, assinaram o decreto nº 67.484 que autorizou o funcionamento da universidade estadual de Mato Grosso, na cidade de Campo Grande-MT. Depois de decorridos trinta e cinco anos, o curso ganhou autonomia com a criação da faculdade de medicina, em 19 de setembro de 2005, pela Resolução COUN nº 27 sendo neste momento vinculada ao hospital universitário Maria Aparecida Pedrossian, e posteriormente a faculdade de medicina.

Em 5 de junho de 2012, o MEC, por meio da Portaria SESu nª 109 cujo objeto dispõe sobre a expansão de vagas em cursos de medicina e criação de novos cursos de medicina nas universidades federais, autoriza a criação de curso de medicina na UFMS Campus de Três Lagoas, condicionada à obtenção do devido ato autorizativo em atendimento ao disposto no art.28,§ 2º, do decreto nº 5.773/2006.

Em 16 de julho de 2012, a reitora da Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, assina a Portaria nº 440 constituindo comissão para realizar a implantação do curso de medicina no campus de Três Lagoas, que imediatamente se reuniu e iniciou as providências cabíveis.

O estado de Mato Grosso do Sul tem hoje grande necessidade de profissionais médicos com capacidade para atuar em todos os níveis de atenção à saúde, com base no rigor técnico e científico, capacitado ao exercício de atividades referentes à saúde da população, pautado em princípios éticos, legais e na compreensão da realidade social, cultural e econômica de seu meio, conduzindo sua atuação para transformação da realidade em benefício da comunidade.

O sistema de saúde brasileiro vem passando por importantes transformações, que visam melhorar o nível de saúde da população. O programa de saúde da família é a estratégia que vem sendo utilizada para atingir parte destes objetivos, e encontra-se em expansão na capital e no estado. Embora multiprofissional, o programa é deficiente do médico com o perfil recomendado.

A existência de curso de medicina público contribui para o desenvolvimento de projetos de pesquisa e extensão junto à comunidade, fornecendo, inclusive, logística acadêmica para especialização e aperfeiçoamento dos profissionais existentes, o que repercute diretamente nos serviços de saúde prestados, ainda mais levando-se em consideração a construção de um hospital público de 100 leitos iniciais pela prefeitura municipal que futuramente será o hospital universitário, inclusive com possibilidades de oferecimento de vagas para Residência Médica e multiprofissional.

No campus de Três Lagoas, iniciou o curso de medicina baseado nas diretrizes curriculares propostas pelo MEC em Agosto de 2014, visando uma formação generalista e humanizada preconizada para qualquer profissional da saúde. Na tentativa de readequar a grade curricular as demandas sociais e diretrizes curriculares nacionais para os cursos de medicina, o projeto pedagógico do curso encontra-se em reformulação e análise, visando uma maior integração de áreas imprescindíveis para a formação do profissional médico, incluindo a formação biológica básica, formação clínica e aspectos de saúde coletiva imprescindíveis para a formação do profissional humanizado.

O curso conta com 24 docentes e 8 colaboradores, sendo destes 13 professores das áreas básicas, 19 professores das áreas clínicas e 12 técnicos administrativos e/ou médicos. Ainda, recentemente foi aberto concurso público para contratação efetiva de mais 16 médicos, com aproximadamente 12 vagas adicionais remanescentes para ingresso futuro de outros profissionais. Cabe ressaltar a expressiva participação de docentes enfermeiros neste curso, sendo que atualmente conta com a presença de 8 enfermeiros em seu quadro de docentes 40h/DE.